18 histórias de superação de atletas para inspirar
O mundo dos esportes pode trazer diversas lições de vida até para quem não pratica qualquer modalidade. Confira algumas das melhores histórias de superação de atletas e inspire-se!
Por Redação18 de Agosto de 2023 - Atualizado em 27 de Novembro de 202414 min. de leitura
Histórias de superação de atletas como as de Rafaela Silva, Gabriel Araújo e Daiane dos Santos são inspiradoras e mostram que, apesar das adversidades que a vida apresenta, é possível ultrapassar barreiras – inclusive aquelas que são impostas pela sociedade – e se tornar um(a) verdadeiro(a) vencedor(a).
Você sabia que a Verônica Hipólito, por exemplo, fez três cirurgias no cérebro, mas ainda assim continuou no mundo dos esportes? Ou que Jesse Owens desafiou o regime nazista de Hitler durante os Jogos Olímpicos de Berlim de 1936?
Conheça agora os principais relatos de astros dos mais diversos esportes!
Como o esporte pode mudar a vida de uma pessoa?
A importância do esporte como instrumento de modificação social está no fato de ele ser um real agente de mudança de perspectiva de futuro para diversas pessoas em diversas situações, principalmente aquelas em situação de vulnerabilidade. Uma prática esportiva muda vidas, ajudando os atletas a melhorarem suas condições de vida e expandirem seus horizontes.
O esporte como ferramenta de inclusão social no Brasil, especificamente, funciona através de iniciativas que visam oferecer novas oportunidades a crianças, jovens e adultos que vivem na pobreza e/ou que habitam comunidades, órfãos ou distanciados de pai e mãe, usuários de drogas, detentos e outros.
E existem até instituições criadas por atletas conhecidos ou que recebem apoio deles para funcionar diariamente, como o Instituto Guga Kuerten, como sede em Florianópolis - SC, que trabalha para garantir oportunidades de inclusão social a quem acolhe.
Dentro ou fora destas instituições, não é preciso fazer uma pesquisa muito aprofundada para encontrar histórias de esportistas que vieram de origens humildes e se destacaram a ponto de alcançar grandes times, nem de pessoas que sofreram lesões que, supostamente, deveriam aposentá-las dos esportes, mas se reergueram mesmo assim e até trouxeram medalhas para casa.
São histórias como essas que você verá a seguir!
18 exemplos de superação no esporte
Bethany Hamilton, Marta e Gory Alozie possuem histórias de superação inspiradoras e que servem de exemplo para qualquer esportista que está passando por dificuldades no dia a dia, nos treinos ou em competições esportivas, mas seus relatos entram na lista de apenas alguns dos vários conhecidos.
Descubra melhor quem são essas pessoas e como elas superaram grandes desafios em suas vidas e carreiras!
1. Verônica Hipólito
Nascida em São Bernardo do Campo, Verônica sempre amou o mundo dos esportes desde criança, tendo praticado vários desde cedo. Aos 12 anos, precisou retirar um tumor no cérebro, o que a impediu de fazer atividades de alto impacto. Foi então que decidiu focar no atletismo.
Aos 14, Verônica teve um AVC que paralisou o lado direito do seu corpo, mas sua paixão pela corrida a ajudou a recuperar os movimentos. Posteriormente, a atleta ainda precisou tirar 90% do seu intestino grosso e passou por mais duas cirurgias no cérebro por conta de tumores na região.
Apesar de todos esses percalços, ela participou de diversas competições esportivas, ganhando várias medalhas e construindo uma das maiores histórias de superação de atletas paralímpicos do país.
2. Bethany Hamilton
A surfista havaiana teve o seu braço esquerdo arrancado por um tubarão quando tinha apenas 13 anos de idade e, mesmo perdendo cerca de 60% de sangue e quase não ter sobrevivendo, mal podia esperar para voltar para o mar.
Surfar com um único braço não seria tarefa fácil, já que ela teria que aprender a nadar sem um apoio importante, mas Bethany treinou tanto que conseguiu se tornar uma das 50 maiores atletas do mundo na modalidade, tendo sua história imortalizada no filme Soul Surfer - Coragem de Viver.
3. Rafaela Silva
A judoca Rafaela Silva começou a lutar com o objetivo de parar de brigar nas ruas. Em 2012, nas oitavas de final dos Jogos Olímpicos, foi desclassificada por causa de um movimento ilegal, o que fez com que suas redes sociais fossem enxurradas de comentários racistas e depreciativos.
Na época, a brasileira tinha apenas 20 anos e acabou sofrendo um quadro de depressão.
Apesar das dificuldades, ela voltou para os tatames no ano seguinte e conquistou um título mundial. Mais tarde, também ganhou sua primeira medalha olímpica de ouro na categoria.
4. Gabriel Araújo
Gabriel Araújo é um jovem com seus 20 e poucos anos que nasceu com focomelia, doença congênita que impossibilitou o desenvolvimento de seus braços e pernas. Apesar da condição, ele decidiu entrar nas aulas de natação em 2015 para aprender a praticar o esporte somente usando cabeça e tronco.
Em 2020, Gabriel se tornou o primeiro brasileiro medalhista dos Jogos Paralímpicos, conquistando a prata nos 100 m costas da classe S2 (para atletas com deficiências físicas de alto grau).
5. Marta
Eleita seis vezes a melhor jogadora de futebol do mundo, Marta teve uma infância humilde no interior de Alagoas. Quando pequena, o pai abandonou a família e ela começou a trabalhar como carroceira para ajudar a mãe a sustentar seus três irmãos.
Apesar disso, ela sempre amou futebol e era a única menina que jogava com os garotos do bairro.
No início da sua jornada como jogadora, Marta foi proibida de participar das partidas por ser considerada “boa demais” e foi assim, sendo boa demais, que em 2015, ela superou Pelé e se tornou a maior artilheira da seleção brasileira.
Marta já recebeu diversos reconhecimentos por sua luta em defesa do futebol feminino, sendo inclusive nomeada pela ONU como Embaixadora da Boa Vontade para Mulheres e Meninas no Esporte. Um dos maiores exemplos de superação no Brasil e no mundo!
6. Glory Alozie
A atleta nigeriana Glory Alozie era uma das favoritas para ganhar a prova de 100 metros em um dos maiores eventos esportivos do mundo: os Jogos Olímpicos de 2000, em Sydney, porém, uma semana antes da cerimônia de abertura, seu noivo morreu em um acidente de trânsito.
Apesar da tragédia, a corredora decidiu competir e acabou conquistando a medalha de prata que, segundo ela, foi a conquista mais importante de sua carreira, em homenagem ao falecido amado.
7. Anthony Nesty
Nascido no Suriname, o menor país independente da América Latina e antes colônia holandesa, Anthony Nesty nunca teve condições de contar com infraestrutura e bons instrutores à sua disposição para treinar natação quando criança.
Apesar disso, era um nadador promissor e conseguiu acesso a um treinamento de elite com 17 anos, o que o levou a participar das Olimpíadas de 1984.
Com seu destaque nos Jogos, Anthony foi convidado para estudar e treinar nos Estados Unidos, evoluindo muito ao longo dos anos e se tornando o único nadador do seu país a conquistar uma medalha de ouro em Jogos Olímpicos, feito que conquistou nos 100 metros borboleta.
8. Mo Farah
Nascido na Somália, mas com naturalização inglesa, o atleta saiu do seu país natal com oito anos de idade para fugir de uma guerra civil em busca de uma vida melhor e mais digna.
Mesmo tendo presenciado tantas mortes, ele encontrou refúgio na corrida, se tornando campeão olímpico e conquistando quatro medalhas de ouro no decorrer da carreira.
9. Jaqueline Carvalho
Em 2001, Jaqueline foi convocada para a seleção juvenil de vôlei porque se destacou como a melhor jogadora do mundial naquele mesmo ano. Contudo, uma lesão na mão direita por conta das pancadas nos treinos resultou no desenvolvimento de uma trombose que quase levou à amputação do seu braço.
Nos Jogos Pan-Americanos de 2011, a jogadora sofreu outra lesão que ocasionou uma concussão cerebral e fratura em duas vértebras. Segundo os médicos, ela precisaria ficar pelo menos dois meses sem jogar para conseguir se recuperar.
Em um retorno histórico nos Jogos de Londres de 2012, Jaqueline voltou às quadras para conquistar sua segunda medalha de ouro olímpica, se tornando uma das maiores atletas brasileiras com história de superação relacionada a lesões.
10. Barbara Wetzel
A mexicana Barbara Wetzel nasceu em 2003, com Síndrome de Down e com diagnóstico de hipotonia, uma doença que enfraquece o tônus muscular. Para ajudá-la a desenvolver seus músculos e movimentos motores, sua mãe a matriculou na ginástica quando ela tinha três anos.
Aos cinco anos, Barbara começou a participar de competições regionais e mostrou talento nato para esporte. Aos nove, ganhou uma medalha de ouro no torneio nacional Gilling Allianz Cup, em Cancún, contrariando completamente as expectativas que os médicos tinham para sua vida.
Barbara decidiu seguir nessa carreira e, hoje, coleciona diversos prêmios de campeonatos regionais e internacionais que participou. Um grande exemplo de superação!
11. Jesse Owens
Os Jogos Olímpicos de 1936 aconteceram em Berlim, bem no meio da ascensão da Alemanha nazista que defendia fortemente uma suposta “pureza da raça ariana”.
Jesse Owens foi um homem negro vivendo no país e, apesar de já ser um grande atleta, tinha todos os motivos e até limitações impostas pelo governo e por órgãos esportivos do país para não participar da competição.
Apesar da pressão, o americano esteve na Olimpíada com a cara e com a coragem e ainda conquistou quatro medalhas de ouro, superando todos os seus rivais e criando uma importantíssima história de superação de atletas olímpicos lutando pelos seus direitos.
12. Maya Gabeira
Nascida no Rio de Janeiro, Maya compete no surfe desde a adolescência. Com 17 anos, passou a morar no Havaí, onde se tornou especialista em ondas gigantes, batendo o recorde de maior onda surfada por uma mulher, com 22,4 metros de altura.
Em 2011, a surfista sofreu uma queda no Taiti, levou várias ondas na cabeça e ficou presa na zona de arrebentação, sendo encontrada desacordada. Para retornar às atividades, precisou fazer diversos cursos de apneia e treinos em ondas tubulares.
13. Daiane dos Santos
Com uma história de superação no Brasil mega conhecida, Daiane dos Santos vem de origem humilde e foi descoberta aos 11 anos por uma professora que viu que ela tinha o porte físico ideal para a ginástica enquanto estava brincando. Logo, a ginasta começou a fazer aulas e se dedicou muito ao esporte nos anos seguintes.
Aos 20 anos, Daiane se tornou a primeira brasileira e a primeira atleta negra do mundo a conquistar uma medalha de ouro no Campeonato Mundial de Ginástica Artística, em 2003.
Hoje, ela usa o esporte como ferramenta de inclusão social no Brasil apresentando-o a centenas de crianças e jovens através do Projeto Brasileirinho, criado por ela e implementado nos CEUs (Centros Educacionais Unificados) Paraisópolis e Aricanduva, em São Paulo-SP.
14. Alex Roca Campillo
Aos seis meses de vida, uma encefalite viral herpética provocou uma paralisia cerebral no espanhol Alex Roca Campillo, afetando a sua mobilidade e postura e o deixando com 76% de incapacidade física. Os médicos disseram que ele morreria ou ficaria em estado vegetativo para sempre.
Alex passou a tomar um remédio experimental como forma de tratamento para o problema enfrentado e também passou por algumas cirurgias que o ajudaram a retardar os efeitos da doença.
Aos 31 anos, ele se tornou a primeira pessoa em suas condições a finalizar uma maratona, tendo completado quase 42 km em menos de 6 horas (5h50min51s)!
15. Yursa Mardini
Yursa Mardini foi obrigada a fugir de uma guerra que acontecia na Síria, seu país de nascimento, em 2015, para buscar uma nova vida, mas quase morreu em sua trajetória rumo à Europa, quando o motor do bote em que estava queimou no meio do mar.
Ela e os outros passageiros tiveram que empurrar o bote até a Grécia e não pense que tudo ficou mais fácil depois que conseguiram chegar lá.
Depois de enfrentar diversas barreiras (culturais, linguísticas, governamentais etc.) e finalmente se estabelecer na Alemanha, a nadadora voltou a praticar o esporte que é sua paixão e conseguiu compor o primeiro Time Olímpico de Refugiados e participar das Olimpíadas do Rio em 2016.
Sua história está contada no filme "Nadadoras”, lançado em 2022.
16. Vanderlei Cordeiro
Vanderlei nasceu no interior do Paraná, em uma família muito humilde. Para ajudar os pais, trabalhava colhendo cana de açúcar, mas tinha o sonho de ser jogador de futebol. Aos 11 anos, ganhou o primeiro par de tênis e foi incentivado a correr, passando a se dedicar ao atletismo 3 anos mais tarde.
Ele conseguiu se destacar no esporte, sendo levado para diversas competições ao redor do mundo. Nos Jogos Olímpicos de Atenas de 2004, foi agarrado durante uma prova, mas não deixou que isso o abalasse e continuou, conquistando a medalha de bronze.
A ocasião também rendeu a ele a medalha Pierre de Coubertin, que consagra esportistas por seus atos de jogo justo e espírito olímpico.
17. Isaquias Queiroz
O baiano Isaquias Queiroz superou diversas dificuldades durante a sua infância, incluindo queimaduras graves por conta de uma panela cheia de água fervendo e a perda de um dos rins após cair em cima de uma pedra. Mesmo com as adversidades, o jovem conheceu a canoagem através de um projeto social de sua cidade e se destacou logo no início das práticas.
Nas Olimpíadas do Rio, em 2016, Isaquias garantiu algumas vitórias para a equipe brasileira e se tornou o primeiro atleta brasileiro a conquistar três medalhas olímpicas na mesma edição dos Jogos.
18. Yolande Mabika
Nascida no Congo, Yolande passou a infância separada de seus pais por conta da guerra no Congo, enfrentou fome, medo e solidão até chegar no Brasil e encontrar, no judô, um refúgio e uma forma de sobreviver.
Depois de ter sido abandonada e ter seus documentos, quimono e dinheiro levados pelo chefe da delegação congolesa após o campeonato mundial de judô de 2013, a atleta encontrou refúgio através da entidade católica Cáritas.
Depois da acolhida, Yolande se tornou uma atleta de alto rendimento, sendo uma dos 10 atletas a compor a primeira equipe de refugiados, disputando os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016.
Aliás, vale você conhecer mais sobre essa equipe para ser mais inspirado(a) ainda! Continue a leitura.
O que é a Equipe Olímpica de Atletas Refugiados e quem faz parte dela?
A Equipe Olímpica de Atletas Refugiados foi criada pelo Comitê Olímpico, durante os Jogos do Rio em 2016, e contou com 10 atletas refugiados que foram forçados a fugir dos conflitos, violação dos direitos humanos e perseguição que sofriam nos seus países de origem.
Como os esportistas não podiam mais representar suas nações, o Comitê Olímpico Internacional (COI) teve a iniciativa de reunir atletas de destaque para enviar uma mensagem de esperança aos refugiados ao redor do mundo. A primeira seleção contou com:
Rami Anis, nadadora dos 100 metros borboleta da Síria;
Yolande Mabika, judoca da República Democrática do Congo;
Paulo Amotum Lokoro, velocista dos 1.500 metros do Sudão do Sul;
Yusra Mardini, nadadora do nado livre de 200 metros da Síria;
Yiech Pur Biel, velocista dos 800 metros do Sudão do Sul;
Rose Nathike Lokonyen, velocista dos 800 metros do Sudão do Sul;
Popole Misenga, judoca da República Democrática do Congo;
Yonas Kinde, maratonista da Etiópia;
Anjelina Nadai Lohalith, velocista dos 1.500 metros do Sudão do Sul; e
James Nyang Chiengjiek, velocista dos 800 metros do Sudão do Sul.
Nas Olimpíadas de Tóquio de 2020 – que aconteceram em 2021 por conta da pandemia do novo coronavírus –, a equipe passou de 10 integrantes para 29 atletas, que participaram de 12 modalidades: atletismo, canoagem, ciclismo de estrada, natação, badminton, boxe, judô, karatê, taekwondo, levantamento de peso, tiro e luta livre.
Gostou de conhecer algumas histórias para se inspirar? Então, não deixe que os problemas no caminho o(a) levem a desistir. Assim como esses atletas, a perseverança e a força de vontade farão com que você mesmo(a) conquiste suas próximas medalhas!
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