
Análise biomecânica da corrida, testes que medem força e resistência e exames clínicos: cada uma dessas avaliações para corredores revela algo essencial sobre o desempenho, a postura e o preparo de atletas amadores em ascensão.
Você treina, se dedica, sente que está melhorando, mas aí pensa: “será que estou mesmo no caminho certo?”. Relaxa! Isso é super comum no meio esportivo. Para saber onde dá para evoluir e como fazer isso com mais segurança, existem testes específicos que mostram o que o cronômetro não conta.
Neste artigo, você descobre quais valem a pena, quem pode aplicá-los e quando é o melhor momento de investir em cada um deles. Se aquece aí!
Quais são as principais avaliações para corredores?
Os testes físicos para corredores focam em três frentes: prevenção de lesões, melhoria de desempenho e adaptação do treino ao organismo de cada atleta.
Nesse sentido, os mais utilizados são:
- A avaliação funcional
- A análise biomecânica da corrida
- O teste ergoespirométrico
- Outros exames médicos específicos
Veja o que cada avaliação monitora e quando vale incluí-las no seu acompanhamento esportivo!
Avaliação funcional para corredores
A avaliação funcional ou Functional Movement Screen (FMS) é uma análise de como seu corpo se mexe, na qual um especialista analisa sua mobilidade e sua estabilidade para detectar possíveis desequilíbrios musculares.
Basicamente, você faz movimentos guiados como agachamentos, alongamentos, sprints e saltos enquanto o profissional observa onde seu corpo compensa, trava ou desequilibra.
- Para que serve: revela encurtamentos e outras limitações que podem ser lesivas ou reduzir o rendimento, principalmente em treinos mais intensos.
- Quem faz: fisioterapeuta esportivo ou educador físico com formação em avaliação funcional.
- Custo médio: entre R$ 150 e R$ 300, dependendo da profundidade da análise e da região.
Esse teste é extremamente importante no início de um novo ciclo de treinos ou após voltar de lesão muscular ou articular nos joelhos, quadris ou tornozelos.
Análise biomecânica da corrida
A análise biomecânica observa sua técnica de corrida em movimento: como você pisa, projeta o corpo, movimenta os braços e absorve o impacto. Ela é especialmente indicada quando você sente dor sempre no mesmo ponto.
Na sessão, você corre numa esteira enquanto uma câmera filma seus movimentos em slow motion. A partir das imagens, um software analisa detalhes como a pisada e o giro do quadril.
- Para que serve: identifica padrões que favorecem lesões, desperdício de energia ou queda de desempenho, tudo para orientar ajustes específicos na técnica.
- Quem faz: fisioterapeuta especializado em corrida ou centros de medicina esportiva com estrutura para captação de movimento.
- Custo médio: entre R$ 250 e R$ 600, a depender da tecnologia usada e do profissional – as com projeção 3D são mais caras, mas daí a análise é de alto nível!
Também vale para quem quer baixar o pace sem aumentar o volume de treino – inclusive, tem um conteúdo aqui, no blog da Atletis, que ensina como correr mais rápido: fica a dica!
Baropodometria (avaliação da pisada)
Este protocolo mapeia, em detalhes, como seu peso e a pressão da sua passada se distribuem nos pés ao caminhar e correr.
No teste, você pisa numa plataforma com sensores que registram pontos de maior carga e a sequência dos apoios – o que vai mostrar se rola sobrecarga no calcanhar, no médio-pé ou na ponta do membro.
- Para que serve: identifica o tipo de pisada (pronada, supinada ou neutra), desequilíbrios e pontos de sobrecarga.
- Quem faz: fisioterapeuta, ortopedista ou profissional de clínicas especializadas em corrida.
- Custo médio: R$ 100 a R$ 250.
Esse é um teste-chave para ajudar na escolha do drop do seu tênis ou indicar se você precisa usar uma palmilha personalizada, pensando em driblar as lesões.
Teste ergoespirométrico (VO₂ máx)
É o gold-standard para entender a sua aptidão cardiorrespiratória. Nesta avaliação, você corre (ou pedala) usando uma máscara que mede os níveis de oxigênio (O2) e gás carbônico (CO2) em cada estágio do esforço, enquanto a intensidade aumenta.
- Para que serve: determina o VO₂ máximo, limiares aeróbico e anaeróbico, ou seja, quando o corpo muda a forma de produzir energia, e zonas de treinamento ideais.
- Quem faz: médico do esporte ou fisiologista em laboratório de performance.
- Custo médio: R$ 300 a R$ 600.
O VO₂ é vital numa boa avaliação de desempenho para corrida, e o teste mais preciso para personalizar treinos com base na real capacidade respiratória do atleta.
Teste de lactato
Este exame analisa quanto de ácido lático – que dá aquela sensação de ardência nos músculos quando você se exercita – o corpo produz em diferentes níveis de esforço, ajudando a identificar até que ponto você consegue se exercitar antes de começar a sentir muito cansaço.
Durante o protocolo, pequenas amostras de sangue são coletadas – geralmente no dedo ou no lóbulo da orelha – enquanto você corre em esteira com uma intensidade crescente.
- Para que serve: define a intensidade ideal do treino antes que o corpo acumule lactato demais (limiar anaeróbico).
- Quem faz: fisiologista ou médico do esporte em laboratórios equipados para análise de sangue.
- Custo médio: R$ 300 a R$ 500.
Esse teste é ótimo para quem está se preparando para uma maratona e quer evitar as “travadas” musculares típicas de provas de resistência.
Avaliação clínica para corredores
Mais do que um check-up padrão, esta avaliação reúne exame físico detalhado, cálculo de Índice de Massa Corporal (IMC), percentual de gordura, eletrocardiograma em repouso e/ou esforço, histórico médico e exames laboratoriais básicos (hemograma, ureia etc.), liberando o atleta para treinos intensos sem riscos ocultos.
- Para que serve: detecta fatores de risco e garante que você esteja apto(a) para treinar com segurança.
- Quem faz: médico do esporte ou cardiologista e, se necessário, ortopedista.
- Custo médio: R$ 200 a R$ 400, dependendo de exames extras solicitados.
Esse exame deve ser prioridade para corredores iniciantes, atletas avançados que mudam radicalmente o volume de treino ou quem já teve sintomas de doenças cardíacas durante a prática, como dor no peito ou palpitações.
Por fim, com a bateria de exames em mãos, o mais recomendado é mostrar os resultados ao seu preparador físico para adaptação dos seus treinos com mais segurança.
Acompanhamento esportivo para corredores: como usar os resultados das avaliações?
O acompanhamento esportivo é o caminho mais seguro se você quer evitar platôs, correr com maior consistência e acelerar sua evolução, aproveitando todos os benefícios da corrida sem medo.
E, claro, o olhar profissional de um personal trainer para corrida é fundamental nesse processo de ajustes, que envolve três passos simples:
- Consolide seu diagnóstico: reúna todos os resultados iniciais e defina metas junto do seu coach de corrida, como fortalecer o joelho para eliminar dores ou ganhar 5% de VO₂ em um mês.
- Peça para que o treinador personalize o treino: com base no diagnóstico, peça a ajuda de quem acompanha você para ajustar volume, intensidade e exercícios mirando nas lacunas identificadas em cada avaliação.
- Reavalie periodicamente: repita as avaliações essenciais a cada 3 ou 6 meses e compare os novos resultados com o diagnóstico inicial.
Com esses ajustes em dia, vai ficar bem mais fácil correr sem dor – e dá até para considerar já se inscrever na próxima corrida, né?
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